O Papa é Pop? Talvez sim, mas também é estúpido

Mais uma vez, Joseph Ratzinger demonstra toda sua ignorância e seus preconceitos por meio de ideias que eu não hesitaria em chamar de perversas.

Vejam bem a mais nova sandice do “Bento XVI”. Segundo notícia do Estadão, em seu discurso anual de natal, proferido no dia 21/12 (sexta-feira), “Bento”

citou o rabino chefe da França ao dizer que a campanha para conceder direitos de casamentos aos homossexuais era “um ataque” à família tradicional composta de pai, mãe e filhos.

Fico sinceramente na dúvida… isso é pura estupidez ou é má-fé mesmo? Alguém consegue explicar qual a lógica por trás de dizer que garantir direitos básicos a uma parte minoritária e historicamente oprimida da população consiste em um ataque ao modelo tradicional e hegemônico da maioria da população? Não faz o menor sentido. Talvez o papa precise considerar que os sinais da senilidade já batem fortemente à sua porta.

Felizmente a sociedade avança; e senhores retrógrados como Ratzinger merecem ser relegados ( se não agora, ao menos futuramente) à irrelevância. Sim, a sociedade avança, e como disse Tiago Xavier em um texto do site Papo de Homem,

Não é a forma da união entre as pessoas que denota o avanço da sociedade. A sociedade avança na medida em que reconhece que não existe uma união intrinsecamente boa ou natural, e pára de meter o bedelho na forma como adultos irão buscar a felicidade.

Por fim, vale citar trechos de um texto do Deputado Jean Wyllys, publicado na Carta Capital, ao qual subscrevo:

 (…) o amor nunca poderia ser uma ameaça para a humanidade; antes, sim, uma salvação para os seus piores males, um antídoto contra os venenos que a intoxicam, uma vacina contra as doenças que a afligem. O papa está errado de cabo a rabo. Ele não entendeu nada mesmo.

Contudo, mesmo não entendendo, ele deveria ter um pouco de responsabilidade. Suas palavras têm poder, influência, entram na cabeça e no coração de milhões de pessoas no mundo inteiro. Ele poderia usá-las para fazer o bem. Em vez de dedicar tanto tempo e esforço a injuriar os homossexuais — eu confesso que não consigo entender o porquê dessa obsessão que ele tem com a gente — o papa poderia se colocar na luta contra os verdadeiros males que ameaçam, sim, a humanidade. Esses que matam milhões, que arruínam vidas, que condenam povos inteiros.

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